Nascemos e morremos. O que acontece entre esses dois pólos da nossa existência é uma coisa que se chama vida. Independentemente do tempo que cá andamos, para uns mais, para outros menos, é a vida que vivemos. E tudo o que nos acontece faz parte dela. Cada um tem a sua história que é única porque, sendo todos um, cada um é um ser único, absolutamente único e o único responsável pelos seus actos, acções e pensamentos.
E andamos às turras uns com os outros, precisamente porque somos todos diferentes. No entanto e, ironicamente, muitas vezes, queremos à força ser iguais aos outros, por determinadas razões. E fazemos o que os outros fazem, para sermos iguais a eles. E queremos ter o que os outros têm, para sermos iguais aos outros. Mas não somos nunca. Não somos mesmo e não seremos, ponto final. Há que aceitar a individualidade e a unicidade do ser, porque é isso que é válido e nos engrandece.
E falando de diferenças, elas cada vez serão maiores, se explorarmos o
assunto. Somos diferentes dentro da raça humana; vivemos em sociedades
diferentes e temos culturas diferentes. E as diferenças nunca mais
acabam. Mas cada um, tem que ser apenas igual a si próprio e a mais ninguém.
E ser igual a si próprio significa ser fiel à sua energia, à sua essência, porque
é aí que realmente todos nos encontramos e é a partir daí que começamos a
reconhecer no outro, o nosso semelhante, a respeitar e amar, porque quando está
em falta o amor, a vida torna-se um inferno e não faz o menor sentido.
Estava eu numa loja da TMN, por causa de um problema do telemóvel, quietinha, aguardando a minha vez, pelo que tinha muito que esperar e como não tinha alternativa, arranjei onde me sentar, ficando atenta à chamada.
Começando a observar as pessoas que estavam presentes como eu, apercebo-me de um rapaz de cerca de trinta anos que, com frequência, ora se levantava, ora se sentava. Não tinha posição confortável para estar, por causa de uma perna da qual coxeava e vê-lo, incomodou-me bastante. Via-se que estava em sofrimento. Observei-o durante algum tempo e, de repente, pensei que, enquanto estava para ali sem fazer nada, podia tentar fazer alguma coisa por ele, isto é, alguma coisa útil.
Chamei o seu corpo energético, pedi autorização superior para intervir e
comecei a enviar luz, a fim de reverter a situação. Ia prestando atenção à
chamada da minha vez, mas seguia-o e não parava de enviar energia para a
sua cura, visualizando-o a andar bem, sem coxear.
O tempo foi passando e aos poucos ele melhorava. Foi chamado ao balcão,
esteve lá um bom bocado e eu continuava trabalhando na sua cura. Acabou, mudou
de assistente e eu sempre a segui-lo. Esteve ainda bastante tempo sentado a ser
atendido e eu continuando a segurar firmemente aquela energia de cura
para ele ficar bem, tanto quanto possível.
E, de repente, acabou de ser atendido, levantou-se, ainda se dirigiu à caixa
para fazer um pagamento, mas a perna já não coxeava. Depois saiu, sem o
menor vestígio de mal estar. O seu rosto assumia um ar tranquilo e o seu
andar tinha normalizado completamente. Ninguém diria que tinha estado pouco
antes com a perna a coxear.
Estaria aliviado por ter saído dali com o assunto resolvido? É possível.
Mas não era só isso. Eu vi o sofrimento que ele interiorizava. Não era
aborrecimento. Havia dor. E ninguém coxeia por estar aborrecido. Havia ali todo
um mal estar de proveniência física, que eu e qualquer pessoa, olhando,
detectava.
A este processo ou forma de ajuda, na cura do próprio ou de outrem, que foi
o caso, e que eu sempre fiz por intuição, e mais tarde com o que aprendi
nos livros com os grandes mestres de yoga, chama-se prana, que é
a energia vital. E este processo funciona através da mente,
emitindo ondas em forma de pensamento, que vão actuar no receptor,
consciente ou inconscientemente.
A questão é que, há umas boas décadas, surgiu no ocidente uma
"novidade" que não é novidade nenhuma. Mas veio a moda do reicky, que
é precisamente o mesmo – prana - e veio para ficar com
novo nome, porque logo os ocidentais trataram de materializar o reicky,
como tudo o resto. E veio o dinheiro… achando-se no direito de transformar no negócio do reicky.
Fizeram-se, quero dizer, inventaram-se cursos, workshops e mestrados,
imagine-se… onde fazia quem podia, isto é, quem tinha dinheiro para pagar. E
vieram muito maus resultados, claro, porque veio o reverso da medalha, ou seja, as
consequências, porque a vida é assim, obedece à lei de causa efeito.
Ela é apenas o que tem que ser. É a resposta às nossas atitudes. Ela
manifesta-se em consequência ao que fazemos, ao que somos e responde,
simplesmente. Não estamos atentos e lá se vão as nossas boas intenções a
deitar tudo a perder ou, pelo contrário, estamos atentos, não esquecemos a
nossa origem divina e o que fazemos vale muito a pena. Então, somos sempre o
resultado de alguma coisa.
Mas ainda sobre o reicky ... o reicky, antes de mais, não é senão uma mensagem
de paz e amor. Seja feito da maneira que for, a sua mensagem é sempre a mesma -
paz e amor. Ao pormos a mão ou as mãos sobre os chacras, estamos a passar a
energia curativa da paz e do amor. Ao enviarmos essa energia à distância,
estamos a enviar paz e amor. E na paz e no amor nasce a luz, a luz curadora que
resolve toda a desordem e tudo harmoniza.
O reicky "prana" (energia vital), para que conste, não
há à venda. É passado simplesmente, de indivíduo para indivíduo, da maneira
mais simples possível e também não se compra, como os medicamentos na farmácia.
E porque não somos todos iguais, uns têm, outros não.