quarta-feira, 2 de julho de 2014

Reicky - 50


Nascemos e morremos. O que acontece entre esses dois pólos da nossa existência é uma coisa que se chama vida. Independentemente do tempo que cá andamos, para uns mais, para outros menos, é a vida que vivemos. E tudo o que nos acontece faz parte dela. Cada um tem a sua história que é única porque, sendo todos um, cada um é um ser único, absolutamente único e o único responsável pelos seus actos, acções e pensamentos.


E andamos às turras uns com os outros, precisamente porque somos todos diferentes. No entanto e, ironicamente, muitas vezes, queremos à força ser iguais aos outros, por determinadas razões. E fazemos o que os outros fazem, para sermos iguais a eles. E queremos ter o que os outros têm, para sermos iguais aos outros. Mas não somos nunca. Não somos mesmo e não seremos, ponto final. Há que aceitar a individualidade e a unicidade do ser, porque é isso que é válido e nos engrandece.

 

E falando de diferenças, elas cada vez serão maiores, se explorarmos o assunto. Somos diferentes dentro da raça humana; vivemos em sociedades diferentes e temos culturas diferentes. E as diferenças nunca mais acabam. Mas cada um, tem que ser apenas igual a si próprio e a mais ninguém. E ser igual a si próprio significa ser fiel à sua energia, à sua essência, porque é aí que realmente todos nos encontramos e é a partir daí que começamos a reconhecer no outro, o nosso semelhante, a respeitar e amar, porque quando está em falta o amor, a vida torna-se um inferno e não faz o menor sentido.

 

Estava eu numa loja da TMN, por causa de um problema do telemóvel, quietinha, aguardando a minha vez, pelo que tinha muito que esperar e como não tinha alternativa, arranjei onde me sentar, ficando atenta à chamada.


Começando a observar as pessoas que estavam presentes como eu, apercebo-me de um rapaz de cerca de trinta anos que, com frequência, ora se levantava, ora se sentava. Não tinha posição confortável para estar, por causa de uma perna da qual coxeava e vê-lo, incomodou-me bastante. Via-se que estava em sofrimento. Observei-o durante algum tempo e, de repente, pensei que, enquanto estava para ali sem fazer nada, podia tentar fazer alguma coisa por ele, isto é, alguma coisa útil.

 

Chamei o seu corpo energético, pedi autorização superior para intervir e comecei a enviar luz, a fim de reverter a situação. Ia prestando atenção à chamada da minha vez, mas seguia-o e não parava de enviar energia para a sua cura, visualizando-o a andar bem, sem coxear.

 

O tempo foi passando e aos poucos ele melhorava. Foi chamado ao balcão, esteve lá um bom bocado e eu continuava trabalhando na sua cura. Acabou, mudou de assistente e eu sempre a segui-lo. Esteve ainda bastante tempo sentado a ser atendido e eu continuando a segurar firmemente aquela energia de cura para ele ficar bem, tanto quanto possível.

 

E, de repente, acabou de ser atendido, levantou-se, ainda se dirigiu à caixa para fazer um pagamento, mas a perna já não coxeava. Depois saiu, sem o menor vestígio de mal estar. O seu rosto assumia um ar tranquilo e o seu andar tinha normalizado completamente. Ninguém diria que tinha estado pouco antes com a perna a coxear.

 

Estaria aliviado por ter saído dali com o assunto resolvido? É possível. Mas não era só isso. Eu vi o sofrimento que ele interiorizava. Não era aborrecimento. Havia dor. E ninguém coxeia por estar aborrecido. Havia ali todo um mal estar de proveniência física, que eu e qualquer pessoa, olhando, detectava.

 

A este processo ou forma de ajuda, na cura do próprio ou de outrem, que foi o caso, e que eu sempre fiz por intuição, e mais tarde com o que aprendi nos livros com os grandes mestres de yoga, chama-se prana, que é a energia vital. E este processo funciona através da mente, emitindo ondas em forma de pensamento, que vão actuar no receptor, consciente ou inconscientemente.

 

A questão é que, há umas boas décadas, surgiu no ocidente uma "novidade" que não é novidade nenhuma. Mas veio a moda do reicky, que é precisamente o mesmo – prana - e veio para ficar com novo nome, porque logo os ocidentais trataram de materializar o reicky, como tudo o resto. E veio o dinheiro… achando-se no direito de transformar no negócio do reicky.

 

Fizeram-se, quero dizer, inventaram-se cursos, workshops e mestrados, imagine-se… onde fazia quem podia, isto é, quem tinha dinheiro para pagar. E vieram muito maus resultados, claro, porque veio o reverso da medalha, ou seja, as consequências, porque a vida é assim, obedece à lei de causa efeito.

 

Ela é apenas o que tem que ser. É a resposta às nossas atitudes. Ela manifesta-se em consequência ao que fazemos, ao que somos e responde, simplesmente. Não estamos atentos e lá se vão as nossas boas intenções a deitar tudo a perder ou, pelo contrário, estamos atentos, não esquecemos a nossa origem divina e o que fazemos vale muito a pena. Então, somos sempre o resultado de alguma coisa.


Mas ainda sobre o reicky ... o reicky, antes de mais, não é senão uma mensagem de paz e amor. Seja feito da maneira que for, a sua mensagem é sempre a mesma - paz e amor. Ao pormos a mão ou as mãos sobre os chacras, estamos a passar a energia curativa da paz e do amor. Ao enviarmos essa energia à distância, estamos a enviar paz e amor. E na paz e no amor nasce a luz, a luz curadora que resolve toda a desordem e tudo harmoniza.

 

O reicky "prana" (energia vital), para que conste, não há à venda. É passado simplesmente, de indivíduo para indivíduo, da maneira mais simples possível e também não se compra, como os medicamentos na farmácia.

 

E porque não somos todos iguais, uns têm, outros não.


1 comentário:

  1. Pois, bem me parecia que a sua formação intelectual incluía Yoga!
    Ainda bem. Bem haja.
    Joaquim.

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