sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Eliane - 79



Eliane era uma garota que vivia no meu prédio, no mesmo andar. Era a irmã do meio de três adolescentes, de uma família brasileira que aqui residiram por três anos. A família era constituída pela mãe, muito nova e o padrasto, mais novo ainda. Eliane tinha dezassete anos, com uma irmã de 15 e outra de 19. As três viviam correndo para minha casa sempre que se chateavam umas com as outras, com a mãe ou com o padrasto.

 

E vinham porque queriam algo diferente, um ambiente fora do que tinham em casa. Às vezes precisavam de sossego, outras vezes precisavam de falar, de conversar e desabafar acerca da vida delas. Coisas de adolescentes. Cada uma delas tinha uma igreja diferente, inclusive a mãe, e viviam fazendo guerra umas às outras sobre a igreja de cada uma delas. Todas achavam que a sua igreja era melhor do que a das outras e por aí adiante, como se de um clube de futebol se tratasse.

 

Eliane era a mais inteligente e a mais aplicada nos estudos e tinha muito boas notas na escola. O seu grande sonho era ser médica. A mais velha, decididamente, não queria estudar e vivia o tempo todo correndo para a sua igreja, num rigor desgraçado. A meu ver, aquilo era doentio, ainda que a mãe achasse que era a que não lhe dava problemas, apenas porque não queria tomar consciência disso porque, na minha modesta opinião, aquela era das três a mais problemática. É que não era só o ir à igreja, era toda uma série de comportamentos que estavam a pôr em causa a sua saúde mental. O pastor tinha-lhe feito uma verdadeira lavagem cerebral e era um completo fanatismo por tudo o que o “pastor” lhe dizia, levando à risca o que não fazia o menor sentido. Ela já não tinha vontade própria, estava completamente sujeita à vontade do pastor. Complicado!

 

A mais nova tinha quinze anos e só pensava no alisamento do cabelo, nas unhas de gel, nas suas formas redondinhas e por aí fora. De vez em quando eu levava-as ao Centro Comercial e deixava-as escolherem alguma coisa para elas. Era uma festa, porque a mãe tinha dificuldades financeiras e o padrasto não ajudava muito porque também não podia. Coisas da vida.

 

O certo é que as três viviam correndo para minha casa no intuito de fugirem ao rebuliço, para terem acesso a coisas diferentes, uma conversa fora do âmbito familiar a que estavam submetidas e não raras vezes me perguntavam como deveriam actuar em determinadas circunstâncias. Além disso, gostavam de bisbilhotar o meu roupeiro, pedindo-me roupas emprestadas e ainda solicitavam a minha ajuda com os cabelos ou com a maquilhagem. E tanto a mãe como o padrasto estavam gratos pela atenção que eu dava às miúdas. De vez em quando eu também ia a casa deles para cavaquear com eles. Algumas vezes assisti a discussões, o que fazia com que estivesse por dentro da vida de todos. Outras vezes, estar com eles e até com os amigos, era muito divertido e cada um dizia um disparate maior que o outro, tornando o convívio muito descontraído e engraçado.

 

Eliane era a que mais tempo passava comigo e eu sabia de todas as suas histórias. Conhecia todos os seus amigos e amigas só de a ouvir falar. Punha-me questões, pedia opinião, enfim, eu era uma segunda mãe, embora mais avó que mãe, para ela. E um dia ela disse-me que a amiga X queria vir a minha casa para falar comigo. Fiquei um pouco intrigada e quis saber o porquê. Ela respondeu que a amiga estava com um grande dilema e precisava de ajuda. Mas a amiga vivia com a mãe e o padrasto, portanto, porque razão haveria de querer falar comigo? Ela tem um problema sério para resolver e só você pode ajudar, dizia ela. Eu? Porquê eu? Como é que vou ajudá-la sem nem saber qual é o problema assim tão complicado que ela não pode resolver em casa com a família?! Ela respondeu que só eu podia resolver porque, por palavras dela “você é muito sábia, né!...”(?)

 

Nesta altura, não me contive e dei uma gargalhada que saiu a todo o vapor. Eu, coitada de mim. Muito sábia?! Já me tinham chamado muitos nomes mas “sábia”, realmente, era a primeira vez. Nunca podia imaginar que alguém pudesse achar que eu era muito sábia, mas de Eliane tudo se podia esperar. Está bem, a amiga que venha, disse-lhe eu. Que mais poderia dizer? Logo se veria.

 

E um dia lá veio Eliane com a amiga, uma garota da mesma idade, uma miúda bonita, alta, magra, loura, com um tipo fino, educada, enfim, gostei dela. Começámos a falar disto e daquilo, comecei fazendo perguntas sobre a sua vida, se gostava de estar em Portugal ou se gostava mais do Brasil, perguntei sobre a família, etc. E a páginas tantas pedi-lhe para me deixar ver as mãos. Ao olhar as suas mãos, numa primeira impressão reparei imediatamente numa viragem ou seja, numa mudança de rumo. Tomei mais atenção e percebi que o destino dela seria no Brasil, não aqui. E disse-lhe que tudo indicava que ela regressaria e por lá ficaria.

 

Elas olharam uma para a outra e eu perguntei qual era afinal o problema dela, a questão exacta da vinda dela à minha casa. Eliane logo se adiantou dizendo “ah, você já respondeu, era isso mesmo que ela queria saber, se ficava ou não”. Receosa da minha possível influência, fui logo explicando que, em todo o caso, a decisão era dela. E a resposta continuou “não se preocupe, ela até já comprou a passagem”. E perguntei, então se ela até já comprou a passagem porque veio? Resposta “Era só p’ra tê a certeza, má você já disse tudo”(!)…



domingo, 4 de agosto de 2019

Alberto - 78



Alberto era um colega meu da RTP, que trabalhava no Centro de Produção do Porto. A certa altura, por motivos de trabalho, começámos a ter uma ligação mais próxima. E por causa da natureza do seu trabalho, vinha a Lisboa muitas vezes e falávamos muito ao telefone, sendo que as conversas começaram a ser cada vez mais extensas e pessoais. Até ao dia em que ele se abriu, dizendo que gostava muito de falar comigo, de estar comigo, etc.

 

Eu simpatizava com ele, mas o facto de ele residir no Porto não me atraía nada. Mas o Alberto era muito insistente e costumava dizer que havia de me levar com ele para onde quer que ele fosse, porque queria estar sempre na minha companhia. E mais, queria ser feliz. Estava separado da mulher, queria divorciar-se e começar uma vida nova e os planos para a nova vida incluíam a minha pessoa, mesmo sem o meu acordo. E eu ia levando as coisas de modo muito ligeiro, sem dar muito crédito, porque achava que o meu caminho não era por ali.

 

O tempo foi passando, até que um dia, por insistência dele, concordei em irmos passar um fim-de-semana ao Algarve, para nos conhecermos melhor e ver como as coisas corriam. Assim foi. Só havia uma colega nossa, que também estava metida nos assuntos de trabalho e que sabia disto. De resto, mais ninguém.

 

Durante o dia as coisas correram bem e na primeira noite as coisas também correram bem. Ele era um homem simpático, calmo, normal e não havia do que reclamar. Na segunda noite, porém, as coisas correram muito mal. Para começar não dormi nada de jeito. Melhor dizendo, não preguei olho em toda a noite. Ele ressonava muito, mas o problema não era esse. Não é por alguém ressonar ao pé de mim que não vou dormir. A noite é para dormir e dormir é comigo mesma. Adormeço e nada me faz acordar, a não ser alguma coisa de muito grave ou de anormal. Mas esse é que foi o problema. Ele ressonava e a respiração dele era muito irregular. Quando eu começava a adormecer a respiração dele parava. Parava por completo e eu pensava que o homem estava morto. E ficava aflita. Tinha que lhe bater, dar um encontrão, abaná-lo para ele continuar a respirar. Depois voltava-se para um e outro lado continuamente, sem descanso. A todo o instante eu pensava que ele se finava porque não o ouvia respirar. 


Provavelmente a minha respiração também não se ouve, mas a dele ouvia-se, por isso é que era fácil perceber que tinha parado. E agora, pensava eu, ainda lhe dá para aqui uma coisa má e o que é que eu faço? Então levei a noite toda naquele desassossego, sem conseguir dormir, com receio de que ele se ficasse. Nunca tinha dormido com ninguém com um problema idêntico. Era uma coisa muito complicada e assustou-me deveras. E o pior é que já de manhã, quando demos a noite por terminada e começámos a falar, ao perguntar-lhe se estava bem, olhou para mim com um ar de espanto, sem entender ou fingindo que não entendia. Disse-lhe que ele tinha dormido mal e imediatamente me respondeu que não, que tinha dormido muito bem. Não tendo gostado da resposta, continuei a falar sobre o assunto, mas ele descartava qualquer observação da minha parte. Não assumia o problema. Uma coisa era certa, ele tinha um problema grave de apneia e eu era testemunha disso. Por causa dele não dormi a noite toda, sempre aflita com a respiração ou falta de respiração. E dizia-me que eu estava enganada, com toda a tranquilidade possível?! Que estranho! Mas a mim não me agradava nada aquela situação. 


Muito bem, o fim de semana estava terminado e regressámos a Lisboa, eu à minha casa e ele ao Hotel. No dia seguinte, iria à RTP e depois voltaria para o Porto. Claro que insistiu para eu ficar com ele mais uma noite no hotel, mas eu recusei-me. E recusei-me com carácter definitivo. Estava decidido que não voltaria a sair com ele e muito menos a ficar com ele. Se havia alguma possibilidade de pensarmos em ficar juntos e iniciar-mos um relacionamento, para mim era muito óbvio que tinha caído por terra, porque eu estava certa de que não me agradava passar um mau bocado com ele. A questão é que ele não assumia o problema que tinha. Se assumisse, ia ao médico, faria exames e alguma coisa seria feita. Se há coisa de que nunca gostei é de gente inconsciente, que não consegue ou não quer assumir os seus problemas, sejam eles de que natureza forem. E era o caso. Fim de história.

 

A vida continuou e o Alberto também continuava com os telefonemas dele, de trabalho, sim, mas sempre dava um jeito de dizer que tinha saudades minhas, batendo sempre no mesmo tema, que queria ser feliz comigo e que para onde ele fosse eu iria com ele. A páginas tantas já nem me chateava, deixava-o falar, porque a minha decisão estava tomada e nada nem ninguém me obriga a fazer o que não quero.

 

Um dia recebo um telefonema dele dizendo que vinha a Lisboa, que ia ficar no Hotel em frente à RTP, como era costume e que esperava por mim para ficarmos juntos essa noite. Disse-lhe que não, mas ele continuou a insistir com falinhas mansas, muito cheio de meiguice e não aceitava de jeito nenhum o meu não. Era problema dele, porque ninguém mandava em mim, muito menos ele. Contei à minha colega, que se ria sempre muito com a história e fazia sempre questão de reforçar que ele gostava mesmo de mim, etc… achando que eu lhe devia dar uma chance(!). Devo dizer que ela era uma ingénua. Sempre foi e sempre será. E disse-lhe exactamente o mesmo. Ele voltou a telefonar insistindo, e de acordo com a conversa não se convencia que eu não iria. Para ele, nem que fosse à última hora, eu acabaria por ir. Claro que não. Se eu quisesse ir dizia-lhe logo de início. Não seria preciso tanta insistência. A questão era muito simples, por mais que ele quisesse, eu não queria e ponto final.

 

Fui para casa, fiz a minha rotina normal e deitei-me para no dia seguinte ir trabalhar como de costume. E nunca mais pensei naquilo. No outro dia cheguei ao meu local de trabalho, o meu chefe chegou logo depois e o dia estava iniciado. Tudo dentro da normalidade, mas pensei que ele devia estar por lá e portanto devia estar a aparecer para chatear a minha paciência, o que eu não iria permitir. Mas tal não aconteceu. Perfeito.

 

Um pouco antes da hora do almoço a porta abriu-se e a minha colega/amiga espreitou. Pensei que estaria à procura dele, mas não. Fiz-lhe sinal para entrar e logo percebi que estava com cara de caso. Ela queria falar mas ao mesmo tempo percebi que estava inibida. Perguntei-lhe o que é que se estava a passar e ela respondeu com outra resposta, querendo saber se eu tinha estado com ele na noite anterior. Fiquei um bocado chateada por ela ainda me estar a fazer aquela pergunta, quando eu lhe tida dito com todas as letras que não. E respondi-lhe uma vez mais que lhe tinha dito que não. Ela então mostrou uma cara de espanto que me deixou sem perceber nada. E voltou a perguntar se realmente não tinha estado com ele, como se estivesse a duvidar de mim. Ela conhecia-me. Conhecia-me bem. Não fazia o menor sentido aquela insistência?! E aquele assunto para mim tinha morrido.

 

E de repente começou a falar muito de depressa exteriorizando o quanto estava aliviada por eu não ter ido(?), que ela estava muito aflita por mim(?) e deixando-me completamente perplexa e sem voz, continuou “Ah… ainda bem que não foste, ainda bem… ele está nos cuidados intensivos porque teve um enfarte!?... … …



quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Alertas - 77



Estávamos num avião da Turquish Airlines com destino a Istambul para uma viagem muito completa pela Turquia e que muito apreciámos. Por mim falo, mas a verdade é que todas gostámos muito. E apesar de toda a gente achar que era uma altura muito má por causa da turbulência no país, mesmo assim lá fomos nós e nem por um instante nos arrependemos e tudo correu muito bem. 

Era uma viagem há muito desejada. Uma viagem várias vezes alinhavada mas que nunca chegou a sair e só então percebi porquê. Se a tivesse feito antes teria perdido a maior parte da informação recolhida. Muita coisa me teria passado ao lado. E esta viagem surgiu aparentemente do nada. De uma conversa banal com uma vizinha, comentando que ia à Turquia com um grupo de amigas, o que seria num espaço de tempo relativamente curto e de repente perguntei se também poderia ir. Ela respondeu que sim e o grupo logo tratou de me incluir. Falando de férias com a minha amiga Cris, comentei sobre a viagem e ela ficou toda interessada, dizendo que também queria ir à Turquia. Estava com uma prima a ver a possibilidade de irem as duas a qualquer sítio e a Turquia era um destino que interessava a ambas. Disse-lhe como tinha surgido esta oportunidade, qual era a agência e ela deu o meu nome para se certificar e lá foi também incluída no grupo mais a prima. E assim passámos a ser sete mulheres, num total de vinte pessoas, do qual metade eram cidadãos brasileiros. 

E a Turquia realmente apaixonou-nos. Alguém me tinha avisado de que os turcos não eram especialmente simpáticos. Queria lá saber disso! Eu não precisava da simpatia deles para nada, só precisava que fossem civilizados e realmente nenhuma de nós teve do que se queixar. Apreciámos a companhia, a comida, a paisagem, as cidades, o passeio de barco no rio Bósforo, a cultura, os hábitos, a história, a Capadócia e o andar no balão, para o qual quase não tivemos tempo de dormir… mas valeu muito a pena. Tudo valeu a pena e eu particularmente encontrei respostas surpreendentes que não estava à espera de encontrar. Por isso agradeci à vida a possibilidade que me deu por ter podido realizar mais uma grande viagem que foi muito importante. Poder viajar implica ter disponibilidade de tempo, ter dinheiro e saúde. Quando tudo isto se conjuga, que não é pouca coisa comparado com o que muitos por esse mundo fora podem ter, então é mesmo razão para estar bem grata à vida. 

Quase a chegar ao destino, a Rosa que ia sentada ao meu lado esquerdo, falava sobre coisas sem importância de maior, até que, de repente, referindo-se exactamente à viagem, disse “vai correr tudo bem… vai(!)”, ao mesmo tempo que acenava que sim com a cabeça, rematando a certeza do pensamento que acabava de verbalizar. Perante esta afirmação os meus sensores logo deram sinal. Olhei para ela e apercebi-me de que os olhos se revestiam de um brilho que surgiu com a afirmação que tinha acabado de proferir, bem como o olhar repentinamente distante, como que a percorrer o que seria a sua viagem à Turquia. Isto deixou-me apreensiva. Ela tinha acabado de afirmar que ia correr tudo bem  e mais ainda, tinha reforçado a parte final da frase. Porquê(?) era agora a minha questão. O que teria ela captado - ela, a sua alma – que necessitaria de ser confirmado ou corrigido com tal convicção?  

Interiormente, distanciei-me dela, daquele lugar, e mentalmente percorri também o interior da minha alma, à procura, mas não consegui encontrar nada que se encaixasse no “alerta” dela. Sim, porque aquela afirmação não seria necessária se realmente fosse correr tudo bem. Portanto, se ela se tinha manifestado, por assim dizer, é porque alguma coisa havia lá no fundo, sem que houvesse consciência disso. Estamos a falar do “inconsciente”. Era a sua intuição a alertar para qualquer coisa, ainda que ela não tivesse consciência disso. Mas a minha intuição acusou e fiquei a saber que qualquer coisa poderia correr menos bem. Enfim, estávamos ali para o desse e viesse e era melhor esquecer o assunto. Adiante se veria. 

Chegámos. O avião tinha feito a sua aterragem de modo impecável e preparávamo-nos para sair. Pegámos nas bagagens de mão e lá fomos. Dirigimo-nos para a passadeira para pegar a nossa bagagem mais pesada e o guia turco marcou um ponto de encontro para todos, junto à porta do aeroporto, para seguirmos num autocarro que nos aguardava no exterior. 

Alguém estava com pressa em fazer o câmbio, por isso fomos a um balcão ainda dentro do aeroporto, antes de irmos para o ponto de encontro. Era uma, depois outra também quis e mais uma e demorámos algum tempo ali. Depois houve trocas e empréstimos de dinheiro, abre carteiras e malas de mão, passaportes para mostrar e para guardar, etc… e finalmente estava tudo resolvido. Seguimos então para a porta onde nos aguardava o guia e o restante grupo. 

E já mesmo quase na porta de saída, a Rosa deu um grito e perguntou “a minha mala?”. Olhámos uns para os outros e de facto percebemos que ela era a única que não transportava a mala. A mala(?) começou toda a gente a perguntar, mas a mala tinha sido retirada do tabuleiro pela própria. Ou seja, a mala tinha chegado juntamente com as outras. Só que não estava com ela. A Rosa estava em pânico, sem saber o que fazer. O sangue subira-lhe à cabeça e o rosto estava vermelho da aflição de se ver sem a mala. Foi aí que pensei “então era isso, a mala dela”! Quando ela ainda no avião tinha feito aquela afirmação de que ia correr tudo bem, era a necessidade de afirmação de algo que poderia ter dado errado. 

Entretanto, lembrámo-nos de que tínhamos estado no balcão do câmbio e era quase certo a mala ter ficado lá por distracção, o que foi posteriormente confirmado pelas câmaras de segurança que tinham seguido o nosso trajecto e recolhido a mala que ficara abandonada. A Rosa aparecia afogueadíssima, cheia de calores, com o guia turco já com a mala, depois de uma hora de espera para que o assunto fosse resolvido, para nosso grande alívio. Estava resolvido o problema e a coisa, apesar do susto, tinha sido pacífica. Apenas alguma espera com que não contávamos. O factor “intituição” tinha funcionado e o “alerta” estava agora dissipado.