terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Energia - 24


Um dia, fim de semana, sábado à tarde, aproveitei para descansar. Estendi-me no sofá e adormeci. Devo ter dormido cerca de uma hora ou um pouco mais. Quando acordei tive uma estranha sensação. 

Tinha acordado, porque os meus olhos abriram e a minha consciência fez-se presente. Vi o meu corpo, mas não tive consciência dele. Do sofá onde estava via-se a porta da cozinha, que estava aberta, pelo que o meu olhar foi atraído para o seu interior, onde uma espécie de duplo do meu corpo físico estava lá, junto do lava louça, a fazer qualquer coisa. 

Como eu estava consciente, imediatamente me reconheci fisicamente ali, naquele lugar, pensando com os meus botões: "aquela sou eu, como é possível estar em dois sítios ao mesmo tempo?... Não estou inteira... e como posso estar ali, a fazer não sei o quê, se estou aqui deitada?"...

Percorri o meu corpo de cima abaixo, com o olhar, e estava lá tudo, mas de facto sentia um vazio, uma leveza, como se algo de mim estivesse ainda ausente. Ao tomar consciência desse vazio, percebi que o duplo etéreo que eu estava a ver era o vazio que eu sentia. 

Houve um delay, ou seja, um desfasamento de tempo, entre a chegada de duas energias diferentes para um acordar completo e normal. A consciência despertou, mas o espírito continuou a vaguear, não obedecendo ao físico. 

Face à minha tomada de consciência, o meu corpo energético começou a rodopiar de cima para baixo, como um vento destruindo aquela aparente forma física que era a minha. Rodopiou, rodopiou em torno do seu próprio eixo, formando uma espiral de energia que veio direita ao meu corpo físico e colou. Nesse preciso momento em que se diluiu por completo no meu corpo físico tive a sensação de que se tinha ligado a ficha à corrente eléctrica e eu estava novamente inteira. 

Tudo isto se passou em fracções de segundo. Nunca me tinha acontecido nada igual e nunca mais voltou a acontecer. Foi apenas curioso.

Em teoria eu sabia que, quando dormimos, o nosso espírito sai do corpo para ir aos os lugares que lhe apetece, uma vez que, livre da matéria, não está condicionado ao tempo nem à distância, regressando quando acordamos. 

E não é que eu duvidasse disso, mas nesse momento tive a prova de que realmente temos muito mais do que um corpo físico e por causa disso, muitas coisas acontecem que desconhecemos completamente.


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