domingo, 19 de dezembro de 2021

Reencarnação - 94

 

Reencarnação… algumas pessoas acreditam, outras não. Independentemente de quem acredita ou não, se prestássemos mais atenção à vida, ao desenrolar dos acontecimentos, talvez víssemos e percebêssemos melhor as coisas. E a aceitação seria bem diferente, com toda a certeza.

Uma criança nasce, é recebida no seio familiar e até pelos amigos, como um desconhecido que acaba de chegar a este mundo. Mas será mesmo um desconhecido ou será muito mais do que isso, alguém bem chegado a nós, bem já nosso conhecido, de outras vidas, de outras histórias?…

Há tempos, uma amiga minha contava-me que tinha ido a um lugar muito místico, onde teve uma experiência que achou muito interessante, que se relacionava com a sua pessoa baseada nas mulheres da vida dela, ou seja, até que ponto as mulheres que a antecederam: mãe, avó, bisavó, tias e por aí adiante, até que ponto essas mulheres tiveram importância na sua vida e na pessoa que ela é. Portanto, ela será de certa forma, um reflexo de tudo o que está para trás.

E enquanto ela me falava disto eu ia pensando e visualizando o processo de reencarnação. Quem sabe ela não é hoje a que foi sua avó ou bisavó, por exemplo? E assim, o “reflexo” como ela lhe chamou, não terá um significado completamente diferente? Somos sempre os mesmos que vamos para logo - mais tarde ou mais cedo - voltarmos?!

Isabel, uma outra amiga, contou-me que a cunhada, Amália, estava grávida. Esta gravidez tinha uma certa relevância, porque Amália estava há dez anos a tentar engravidar, convencida de que nunca iria conseguir. E de repente, sem mais nem menos, a gravidez aconteceu. Uau! Achei interessante. Já estava de sete meses, era um menino e já tinha nome: Thiago. Thiago?! Quando ela disse Thiago, imediatamente se fez luz, quer dizer, imediatamente vi o filme passar.

Amália é cunhada de Isabel, que casou com o seu irmão mais novo, sendo que eram um total de cinco irmãos. O mais velho, Tiago, morreu há cerca de quatro anos com quarenta e oito anos. Foi uma partida dramática na vida desta família, como se pode imaginar e para trás ficaram dois casamentos com dois filhos do primeiro e um do segundo. Uma menina que à data tem cinco anos.

Quando Tiago adoeceu e teve que ser internado às pressas, curiosamente foi a Amália e o Paulo, que o levaram ao hospital e trataram disso, porque estavam com ele no momento. Tiago passou um mau bocado e acabou por falecer. Mais uma vez, curiosamente no dia de aniversário não de um outro dos irmãos, mas deste, o Paulo, o mesmo que o levou ao hospital e esteve mais em contacto com ele. Paulo, inclusive, ficou muito marcado com este incidente, a morte do irmão no seu dia de aniversário, o que é perfeitamente natural.

E a vida continua. Amália, convencida de que não teria filhos, quando já nem pensava mais nisso, de repente engravida. Incrível! A vida é cheia de surpresas. E há quem não acredite no “destino”!?

Felizes da vida, é um menino e querem fazer uma homenagem ao irmão, por isso lhe chamam Thiago com “h” porque Amália é brasileira e no Brasil usa-se o “h”. E então pensei, pois claro, é Thiago porque é o Tiago que volta. E Amália esteve dez anos sem conseguir engravidar porque estava destinado que ela receberia o cunhado depois da sua partida.

Mas tudo isto poderia ser invenções minhas. Pões podiam… a questão é que há pormenores de uma enorme subtileza que me demonstram que não é nada imaginação minha e é só prestar atenção aos acontecimentos onde tudo se encaixa por si, com toda a naturalidade e sem o menor esforço.

Thiago nasceu apenas uns dias depois do aniversário do pai, Paulo, ou seja, poucos dias depois da data do falecimento daquele que agora seria o seu tio mais velho, Tiago, que na verdade é ele mesmo. O poder da reencarnação! E agora está de volta à família que há quatro anos tanto chorou a sua morte!?

Quando Tiago estava no hospital, porque morreu no hospital lutando pela vida sem sucesso, eu achava que ele não tinha chance. Tanto fisicamente como a outros níveis. A vida dele estava completamente destruída, sem rumo e sem viabilidade de se reerguer. Ele não tinha nada. Tudo se perdera pelo caminho. E ele já tinha dado provas suficientes de que não tinha capacidades psicológica de encontrar meios de sobrevivência a todos os níveis. O seu estado físico não era senão um perfeito reflexo disso. Ninguém pode ajudar quando o próprio não quer, não aceita, ainda que diga o contrário. Portanto eu sabia que ali estava o fim.

Mas dentro de mim não via aquela família com a ausência dele. Porquê, não sei. Eu simplesmente não conseguia explicar esta estranha sensação para mim mesma. Apenas a minha alma se apercebia disso. Era como se ele fosse, mas não fosse, porque eu não via a sua ausência. Não era uma simples questão de não aceitação. Não. Era algo que estava para além disso, mas que eu não tinha como explicar. Quando Isabel me contou que Amália estava grávida e seria um menino chamado Thiago, foi então que percebi. Ele reencarnaria num espaço de tempo relativamente curto para nós, uma vez que fora da matéria a questão do tempo é bem diferente. Mas nessa altura fez-se luz e pensei, pois claro, é por isso que eu não materializava dentro de mim a partida dele.

Quando as pessoas partem com problemas de saúde que as obrigou a permanecer nesta vida com um sofrimento penoso e muito arrastado, ou elas desencarnam e ficam o “tempo” suficiente para entrar na luz, sendo que a luz trabalha para transmutar toda a negatividade e puderem voltar à vida livres e “curadas” do mal da vida anterior ou elas não tiveram tempo de fazer esse processo e escolheram reencarnar num breve espaço de “tempo”, trazendo ainda sequelas, reflexo do que foram.

E como se restassem dúvidas, Amália teve uma complicação relacionada com o parto, que a fez ficar internada, sendo que Thiago veio a esta vida da mesma forma problemática com que partiu, só que desta vez era uma nova vida. As páginas do livro estavam todas em brancos, por reescrever, pelo que foi possível superar. Tão simples quanto isto.


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