Reencarnação… algumas pessoas acreditam, outras não. Independentemente de quem acredita ou não, se prestássemos mais atenção à vida, ao desenrolar dos acontecimentos, talvez víssemos e percebêssemos melhor as coisas. E a aceitação seria bem diferente, com toda a certeza.
Uma
criança nasce, é recebida no seio familiar e até pelos amigos, como um
desconhecido que acaba de chegar a este mundo. Mas será mesmo um desconhecido
ou será muito mais do que isso, alguém bem chegado a nós, bem já nosso
conhecido, de outras vidas, de outras histórias?…
Há
tempos, uma amiga minha contava-me que tinha ido a um lugar muito místico, onde
teve uma experiência que achou muito interessante, que se relacionava com a sua
pessoa baseada nas mulheres da vida dela, ou seja, até que ponto as mulheres
que a antecederam: mãe, avó, bisavó, tias e por aí adiante, até que ponto essas
mulheres tiveram importância na sua vida e na pessoa que ela é. Portanto, ela
será de certa forma, um reflexo de tudo o que está para trás.
E
enquanto ela me falava disto eu ia pensando e visualizando o processo de
reencarnação. Quem sabe ela não é hoje a que foi sua avó ou bisavó, por
exemplo? E assim, o “reflexo” como ela lhe chamou, não terá um significado
completamente diferente? Somos sempre os mesmos que vamos para logo - mais
tarde ou mais cedo - voltarmos?!
Isabel,
uma outra amiga, contou-me que a cunhada, Amália, estava grávida. Esta gravidez
tinha uma certa relevância, porque Amália estava há dez anos a tentar engravidar,
convencida de que nunca iria conseguir. E de repente, sem mais nem menos, a
gravidez aconteceu. Uau! Achei interessante. Já estava de sete meses, era um
menino e já tinha nome: Thiago. Thiago?! Quando ela disse Thiago, imediatamente
se fez luz, quer dizer, imediatamente vi o filme passar.
Amália
é cunhada de Isabel, que casou com o seu irmão mais novo, sendo que eram um
total de cinco irmãos. O mais velho, Tiago, morreu há cerca de quatro anos com
quarenta e oito anos. Foi uma partida dramática na vida desta família, como se
pode imaginar e para trás ficaram dois casamentos com dois filhos do primeiro e
um do segundo. Uma menina que à data tem cinco anos.
Quando
Tiago adoeceu e teve que ser internado às pressas, curiosamente foi a Amália e
o Paulo, que o levaram ao hospital e trataram disso, porque estavam com ele no
momento. Tiago passou um mau bocado e acabou por falecer. Mais uma vez,
curiosamente no dia de aniversário não de um outro dos irmãos, mas deste, o
Paulo, o mesmo que o levou ao hospital e esteve mais em contacto com ele. Paulo,
inclusive, ficou muito marcado com este incidente, a morte do irmão no seu dia
de aniversário, o que é perfeitamente natural.
E a
vida continua. Amália, convencida de que não teria filhos, quando já nem
pensava mais nisso, de repente engravida. Incrível! A vida é cheia de
surpresas. E há quem não acredite no “destino”!?
Felizes
da vida, é um menino e querem fazer uma homenagem ao irmão, por isso lhe chamam
Thiago com “h” porque Amália é brasileira e no Brasil usa-se o “h”. E então
pensei, pois claro, é Thiago porque é o Tiago que volta. E Amália esteve dez
anos sem conseguir engravidar porque estava destinado que ela receberia o
cunhado depois da sua partida.
Mas
tudo isto poderia ser invenções minhas. Pões podiam… a questão é que há
pormenores de uma enorme subtileza que me demonstram que não é nada imaginação
minha e é só prestar atenção aos acontecimentos onde tudo se encaixa por si,
com toda a naturalidade e sem o menor esforço.
Thiago
nasceu apenas uns dias depois do aniversário do pai, Paulo, ou seja, poucos dias
depois da data do falecimento daquele que agora seria o seu tio mais velho,
Tiago, que na verdade é ele mesmo. O poder da reencarnação! E agora está de
volta à família que há quatro anos tanto chorou a sua morte!?
Quando
Tiago estava no hospital, porque morreu no hospital lutando pela vida sem
sucesso, eu achava que ele não tinha chance. Tanto fisicamente como a outros
níveis. A vida dele estava completamente destruída, sem rumo e sem viabilidade
de se reerguer. Ele não tinha nada. Tudo se perdera pelo caminho. E ele já
tinha dado provas suficientes de que não tinha capacidades psicológica de
encontrar meios de sobrevivência a todos os níveis. O seu estado físico não era
senão um perfeito reflexo disso. Ninguém pode ajudar quando o próprio não quer,
não aceita, ainda que diga o contrário. Portanto eu sabia que ali estava o fim.
Mas dentro
de mim não via aquela família com a ausência dele. Porquê, não sei. Eu
simplesmente não conseguia explicar esta estranha sensação para mim mesma. Apenas
a minha alma se apercebia disso. Era como se ele fosse, mas não fosse, porque
eu não via a sua ausência. Não era uma simples questão de não aceitação. Não. Era
algo que estava para além disso, mas que eu não tinha como explicar. Quando
Isabel me contou que Amália estava grávida e seria um menino chamado Thiago,
foi então que percebi. Ele reencarnaria num espaço de tempo relativamente curto
para nós, uma vez que fora da matéria a questão do tempo é bem diferente. Mas
nessa altura fez-se luz e pensei, pois claro, é por isso que eu não materializava
dentro de mim a partida dele.
Quando
as pessoas partem com problemas de saúde que as obrigou a permanecer nesta vida
com um sofrimento penoso e muito arrastado, ou elas desencarnam e ficam o “tempo”
suficiente para entrar na luz, sendo que a luz trabalha para transmutar toda a
negatividade e puderem voltar à vida livres e “curadas” do mal da vida anterior
ou elas não tiveram tempo de fazer esse processo e escolheram reencarnar num
breve espaço de “tempo”, trazendo ainda sequelas, reflexo do que foram.
E como se restassem dúvidas, Amália teve uma complicação relacionada com o parto, que a fez ficar internada, sendo que Thiago veio a esta vida da mesma forma problemática com que partiu, só que desta vez era uma nova vida. As páginas do livro estavam todas em brancos, por reescrever, pelo que foi possível superar. Tão simples quanto isto.
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